Carta ao meu poeta

(para ler esta carta, sugiro o som de: codinome beija flor)


Cazuza,

Tuas músicas criaram em mim uma espécie de outro ser. Então, vivia eu e este ser,
que me envolvia em muitas noites de sono, manhã sem lugar, brinquedo de star.
Eu queria sempre chegar aos pés de tua poesia, mas mal saia da gaveta.

O meu 'eu' sempre preferiu ser mais quieto.

Mesmo assim, fui criando amizades e afinidades com pessoas especiais em diversas filosofias.
Quero te agradecer por tuas canções, os versos mais tristes aos felizes e de prazer. Sei que, na maioria dos meus momentos, tenho sempre um track de sua autoria na ponta do gravador ou na minha memória.

Neste mês que passou, deixa tuas graças dos 50 anos.
Não sei se de vida exatamente, mas não deixamos até hoje que ficasses esquecido, vagando em qualquer poeira inútil.
Muito ao contrário, teu som e tua doce voz inconfundível e envolvente se fazem presentes na maioria dos nossos dias.

Agora me refiro ao plural, pois milhares de brasileiros te gostam muito.

Quanto a mim, prometo escrever algo bacana um dia. Tenho muitas coisas prontas, mas imaturas, em espaços curtos, sem tanta lógica.
Dizem que muitas vezes as verdades são escondidas por trás de mistérios, pretendo revelar todos, aos tolos e inteligentes.

Desejo sinceramente que estejas bem em qualquer lugar, de preferência no paraíso perigoso que a palma da tua mão mostrou.


Carinho de uma fã, Sandy.